Anne Frank nasceu numa cidade alemã de Frankfurt a 12 de Junho de 1929. Era filha dos judeus Otto e Edith Frank, e tinha uma irmã, Margot, cerca de 3 anos mais velha.
Adolf Hitler, um político alemão acusava os judeus de serem os responsáveis pela enorme pobreza e falta de emprego existentes na Alemanha.
Devido a essa instabilidade e ao ódio de Hitler pelos judeus, a família Frank decidiu abandonar esse país, para viver na Holanda. Aqui Anne estudou, facilmente aprendeu a língua e fez novas amizades.
Em 1939, dez anos depois de Anne nascer, começa a Segunda Guerra Mundial, e em 1940, os nazis invadem a Holanda. Este conflito fez com que os holandeses se rendessem.
Com tantas regras restritas impostas pelos nazis, Anne teve que passar a frequentar uma escola judaica, separada das outras.
Com a invasão dos nazis a chegar cada vez mais longe, Anne e os seus pais vêm-se obrigados a construir um esconderijo, que nada mais era que um pequeno anexo secreto, onde se juntaram mais quatro pessoas.
Com treze anos, a jovem recebe como presente um diário, onde durante dois anos escreve o que sente e o que se passa no esconderijo. Aqui vivia-se o medo e o silêncio.
Certo dia, através da rádio, ao ouvir o Ministro da Educação do Governo Holandês a apelar para se manterem todos os documentos sobre a guerra, Anne, que tinha o sonho de ser escritora ou jornalista, lembrou-se de juntar todas as suas palavras e ideias, e acaba por escrever “O Anexo Secreto”, criando assim uma única história.
Durante uma das muitas buscas, o esconderijo é encontrado e Anne acaba por ser levada pela polícia de segurança alemã, impedindo-a de terminar o seu diário. Ainda assim, dois dos amigos que com ela partilhavam o anexo, conseguiram salvar muitos dos documentos.
Juntamente com a mãe e a irmã, são deportadas para o campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, e levadas para o campo de trabalho para mulheres, acabando separadas de Otto, que também não escapou às buscas, ficando num campo para homens.
No ano de 1944, as irmãs voltam a ser deportadas para outro campo de concentração em Bergen-Belsen. Um ano depois, Margot acaba por morrer, e passado pouco tempo, o mesmo acontece a Anne, que não conseguem resistir à febre tifoide, causada pela fome e frio que passaram.
Só o pai de Anne Frank consegue sobreviver à guerra, e no regresso à Holanda, descobre que também perdeu a sua mulher.
Otto é então convencido por alguns dos seus amigos a publicar o diário da filha “O Anexo Secreto”. Em 1947 são editados 3000 exemplares, traduzidos para 70 línguas.
A história desta adolescente foi também adaptada para o teatro e cinema, e passou a ser tão conhecida, que o esconderijo acabou por se tornar no museu A Casa de Anne Frank.
Otto acaba por falecer em 1980, com a convicção de que todos os que conhecem a história da filha, tenham a consciência dos perigos da discriminação, do racismo e do ódio aos judeus.
Algumas das razões pelas quais se deve ler o Diário de Anne Frank:
1 – Para que não se repitam erros antigos, pois a intolerância e a falta de sensibilidade ainda existem nos dias de hoje.
2 – Anne Frank parecia adivinhar que o seu diário iria ser lido por milhões de pessoas, escrevendo-o de forma leve e muito percetível. Ideal para jovens, e para o público que não é apreciador de livros longos.
3 – A adolescente conta os problemas que tem com a mãe e com a irmã, fala da adoração que tem pelo pai, e da paixão que sente por um dos amigos que com ela partilha o anexo. Descreve a sua vontade de estudar e de voltar à escola, e do desejo do fim da guerra, portanto, uma lição de esperança.
4 – Anne era inteligente, e conseguiu um relato político, expressando vivamente como se tenta sobreviver a uma guerra. É de salientar que alguns ex líderes políticos como John Kennedy e Nelson Mandela destacaram a importância do Diário de Anne Frank no combate ao extremismo político.