Uma vida dedicada à música, nove décadas de pura magia sonora e um legado que ficará para sempre na história da cultura pop. Quincy Jones não é apenas um nome – é sinónimo de excelência musical e visão artística sem igual.
Os primeiros acordes de uma estrela
Nascido numa Chicago em plena era do jazz, o pequeno Quincy descobriu a magia da música através das paredes da casa do vizinho. Com apenas sete anos, já os seus dedos dançavam pelo piano, numa paixão que o acompanharia para sempre. Mas foi em Seattle, para onde se mudou com o pai, que o seu destino musical começou verdadeiramente a ganhar forma.
Imaginem só: com apenas 14 anos, já andava pelos clubes noturnos de Seattle a tocar ao lado de Ray Charles! E, num momento que parece saído de um filme, chegou a partilhar o palco com a mítica Billie Holiday em 1948. Nada mau para um adolescente, não é?
O homem com o toque de ouro
Se há algo que torna Quincy Jones único é a sua capacidade de transformar tudo o que toca em ouro musical. Trabalhou com a nata da indústria: Frank Sinatra (sim, O Frank!), Aretha Franklin, Donna Summer… Mas foi com Michael Jackson que criou verdadeira magia. Juntos, produziram “Thriller”, que ainda hoje mantém o título de álbum mais vendido de sempre.
Muito mais do que música
Mas engana-se quem pensa que Quincy Jones é “só” um génio musical. O homem tem o dom de criar êxitos em tudo o que faz! Foi ele quem nos trouxe “O Príncipe de Bel-Air” (e, consequentemente, Will Smith como o conhecemos hoje). Aos 84 anos, quando muitos já pensam em descansar, lançou o Qwest TV – uma espécie de Netflix musical.
Números que impressionam
Falamos de alguém que acumulou 80 nomeações para os Grammy (só Beyoncé e Jay-Z têm mais) e levou 28 estatuetas para casa. Nada mau para quem começou a tocar num clube de jazz em Seattle, não acham?
Uma vida digna de filme
A vida pessoal de Quincy dava um filme – e dos bons! Casou-se três vezes, teve sete filhos (incluindo a atriz Rashida Jones, que podem conhecer de “Parks and Recreation” e “The Office”), e as suas histórias são dignas de Hollywood.
Por puro acaso, não foi à fatídica festa em casa de Sharon Tate na noite dos assassinatos ordenados por Charles Manson. Anos depois, recuperou de um aneurisma cerebral que o impediu de voltar a tocar trompete – mas não de continuar a criar música que marcou gerações.
O legado eterno
Da próxima vez que ouvirem “Thriller”, “Billie Jean” ou qualquer outro dos incontáveis êxitos em que trabalhou, lembrem-se: por trás daquele som perfeito estava um miúdo de Chicago que começou por ouvir piano através das paredes. E que acabou por mudar o mundo da música para sempre.
E se há algo que podemos aprender com a vida de Quincy Jones é que os géneros musicais são apenas rótulos – a verdadeira música não conhece fronteiras. Tal como ele próprio costumava dizer sobre os seus tempos em Seattle: “Quando as pessoas escrevem sobre música, põem o jazz numa caixa, o R&B noutra, o pop noutra, mas nós fazíamos tudo.”
Uma última nota
É com profunda tristeza que a família Jones anunciou, na noite de 3 de novembro de 2024, o desaparecimento desta lenda da música aos 91 anos, na sua casa em Bel Air, Los Angeles. Como partilharam no comunicado: “Nunca haverá outro como ele”. E nós só podemos agradecer por termos sido contemporâneos de um génio que dedicou 91 anos da sua vida a tornar o mundo um lugar mais musical.
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