Evite surpresas no controlo de segurança: conheça os limites legais para powerbanks em viagens de avião nos aeroportos.
Viajar de avião tornou-se uma rotina para muitos — especialmente para quem acumula dezenas de voos por ano. E com smartphones, tablets e portáteis sempre em uso, as power banks tornaram-se companheiros indispensáveis. Mas será que sabe exatamente o que pode levar consigo no avião? Muitos passageiros descobrem da pior forma que nem todas as baterias externas são permitidas… mesmo que estejam etiquetadas como “Airline Safe”.
Nesta segunda parte dedicada às powerbanks em viagens de avião, (pode consultar a primeira parte do artigo aqui), explicamos, de forma clara e prática, os limites impostos pelas autoridades aéreas internacionais, o que fazer para evitar contratempos no controlo de segurança e até a fórmula para converter as potências.
❗ Por que razão as powerbanks são um problema nos aeroportos?
Se está a preparar a mala de cabine, provavelmente inclui o habitual: roupa que não engelhe, artigos de higiene em frascos até 100 ml, carregadores e, claro, uma powerbank. Porém, ao passar pela segurança, poderá deparar-se com um aviso desconcertante: a sua bateria externa é demasiado potente para ser permitida a bordo.
Apesar da indicação “Airline Safe” que muitas marcas estampam nos seus produtos, a verdade é que o que conta são os regulamentos oficiais — e nem todas as companhias aéreas seguem exatamente as mesmas regras.
🔋 O que dizem os regulamentos internacionais?
A principal entidade que regula a segurança no transporte aéreo de mercadorias perigosas é a IATA (International Air Transport Association), que representa mais de 350 companhias em 120 países — portanto, cerca de 80% do tráfego aéreo global.
Na 66.ª edição do Regulamento de Mercadorias Perigosas, a IATA define limites rigorosos para as baterias de lítio, incluindo as populares powerbanks. Pode consultar o documento emitido por esta entidade, para ficar a conhecer as diferenças e até as indicações para os igualmente comuns, cigarros eletrónicos, também eles equipados com baterias de lítio.

⚠️ Limites de transporte de baterias externas (lítio):
- ✅ Máximo 2 powerbanks até 100 Wh cada, obrigatoriamente na bagagem de mão (nunca no porão).
- ✅ Se forem baterias não derramáveis: até 12V e 100 Wh, também no máximo 2 por pessoa.
- ⚠️ Entre 100 Wh e 160 Wh, só com aprovação prévia da companhia aérea.
- ❌ Acima de 160 Wh, o transporte é proibido em voos comerciais.
🧮 Mas a minha powerbank está em mAh. Como sei se estou dentro dos limites?
É precisamente aqui que surge a maior dúvida, já que a maior parte dos fabricantes indica a capacidade em mAh (miliamperes-hora). Contudo, a IATA usa a unidade Wh (watts-hora), que mede a energia total armazenada.
Para converter mAh em Wh, usa-se a fórmula:
📐 Wh = (mAh × V) ÷ 1000
(V = tensão nominal, geralmente 3,7 V para powerbanks comuns)
🧾 Exemplo prático:
Uma powerbank de 20.000 mAh equivale a:
(20.000 × 3,7) ÷ 1000 = 74 Wh → Permitido ✅
🔎 Dica prática:
Para garantir um embarque tranquilo, escolha modelos que vão, no máximo, até 25.000 mAh, o que equivale a cerca de 92,5 Wh. Lembre-se de não transportar mais do que duas unidades por passageiro.
🌍 Regras podem variar conforme o país e a companhia
Além das normas internacionais, cada companhia aérea pode aplicar restrições adicionais. Eis alguns exemplos:
- Hong Kong: proibido usar ou carregar powerbanks durante o voo. No entanto, esta norma está rapidamente a propagar-se por todas as companhias aéreas. Até às lowcosts. Em voos recentes da Ryanair, por exemplo, já se ouve nas demonstrações de segurança que é expressamente proibido utilizarem-se porwerbanks durante o voo.
- Coreia do Sul: a powerbank tem de estar sempre consigo (não no compartimento superior).
- China Airlines e Singapore Airlines: uso de powerbanks durante o voo não é permitido.
- China (voos domésticos): a partir de 28 de junho de 2025, as powerbanks devem ter certificação 3C (semelhante ao CE europeu).
✅ Para uma viagem sossegada, leve só o necessário… e o permitido
Assim, e antes de voar, verifique a capacidade da sua powerbank e confirme com a companhia aérea as regras específicas. A etiqueta “Airline Safe” pode não ser suficiente. Se cumprir os limites definidos pela IATA — e preferencialmente não exceder os 25.000 mAh — reduzirá significativamente as hipóteses de ter de abandonar o seu equipamento na segurança do aeroporto.
Lembre-se: não é só uma questão de conveniência, mas também de segurança. Afinal, ninguém quer que um pequeno acessório arruíne uma grande viagem.






