A importância de uma Doula na Gravidez
Para começar este artigo, é necessário desmistificar o que é uma Doula. Uma Doula é uma profissional que acompanha a gestante. Existem doulas de nascimento e de luto. Para além disso, o acompanhamento pode ser feito em fase de pré-concepção, gravidez, parto e pós-parto.
Proporciona um apoio e suporte emocional à mulher, no caso de uma pessoa cis.
Uma Doula encoraja o parto normal, humanizado e consciente. A mulher é que está a parir, não existem floreados e as questões são discutidas abertas. O sentimento de culpa que, por vezes, se instalam numa mulher grávida, deve ser exposto e aceite para que a gravidez corra de forma tranquila.
Em fase de gravidez, esta( ou este) profissional pode ajudar a retirar os anseios relacionados com o parto e a dinâmica do casal após a chegada da criança. Pode ainda assistir e dar conselhos nos primeiros tempos de vida de um bebé.
A origem da palavra remete à Grécia Antiga, onde se acreditava que a Doula era “a mulher que serve” ou “ a mulher ajudante”. Ironicamente, actualmente, são as doulas que servem a mulher e que ajudam a que esta faça escolhas conscientes. Como por exemplo, a fazer o seu plano de parto.
A importância de uma Doula na Gravidez
A presença de uma profissional pode ajudar a que alternativas mais naturais sejam apresentadas, tais como a utilização de acupuntura para alivar as dores, incentivar a que a mulher se movimente livremente. O ideal é que seja um parto natural, e não algo forçado, que desencadeie um trauma depois.
Existem variadas questões que os profissionais de saúde tradicionais não explicam às gestantes.
Todavia, uma Doula não invalida um profissional de saúde. A função não é influenciar, mas sim apoiar emocionalmente. O acompanhamento e monitorização por parte dos médicos profissionais é sempre recomendado.
É de salientar que em Portugal apenas alguns hospitais permitem a entrada de dois acompanhantes. Quando se reunirem com a profissional, esta é uma questão pertinente a abordar.
Este tipo de profissionais apoiam qualquer tipo de parto e qualquer decisão que seja tomada, incluindo a decisão de interromper a gravidez.
Pode fazer:
- Servir a mulher;
- Ajudá-la a tomar decisões conscientes;
- Auxiliar no plano de parto ( em questões teórica, a decisão nunca é da Doula);
- Aconselhar massagens e exercícios para aliviar;
- Dá apoio emocional;
- Empodera a mulher;
- Explica noções como parto orgásmico;
- Ajudar o pai a dar suporte físico emocional à mãe;
- Auxiliar na gestão da exaustão materna no pós-parto;
- Apoio na amamentação;
- E muito mais.
A verdade é que o papel da Doula ainda não é muito divulgado, infelizmente. Vivemos no século XXI e muitas mulheres passam por partos traumáticos porque foram vítimas do sistema machista e paternalista que ainda se pratica.
Regra geral, nenhuma mulher gosta que lhe digam para ficar quieta quando o corpo pede para se movimentar, não gosta que sejam paternalistas quando o que mais quer é gritar a altos pulmões o que está a sentir. Muitas mulheres não sentem que o parto é algo empoderador porque foram ensinadas que o parto é dor, e não amor.
Não sentem que o parto pode ser algo, se desejado, a partilhar com o companheiro porque seguem as normas da sociedade. E uma Doula pode abrir caminhos para que tudo seja encarado de forma mais leve. Se fizer uma pesquisa pelo Instagram ou por sites como este e verá que existe uma doula adequada para cada pessoa.
Uma grávida já é mãe. Não se é mãe apenas quando se está a parir, ou quando se segura a criança no colo. Uma grávida que perde o feto também é mãe. Empatia devia ser a palavra-chave deste século, mas ainda falta um longo caminho para isso acontecer.
Veja também: