Do medo à inovação: portuguesa cria “granada pacífica” para proteger mulheres

Granada Pacífica_ Créditos Instagram FlamAid

Descobre como Julieta Rueff transformou o medo em ação social

Aos 23 anos, a portuguesa Julieta Rueff sentia-se insegura durante os regressos a casa em Barcelona — perseguida por meses por um homem. Esse episódio traumático acabou por ser o catalisador para a criação da FlamAid, uma espécie de “granada pacífica” de segurança pessoal, projetada para defender sem recorrer à violência  .

Inspirada pela urgência daquela experiência, Julieta concebeu este dispositivo com o objetivo de devolver às mulheres a liberdade de caminhar sem medo. “Quis transformar essa dor em ação concreta,” afirmou a criadora em entrevista à SIC Notícias  .

Como funciona a “granada pacífica”

O funcionamento é simples, eficaz e acessível: basta puxar um anel para ativar um alarme de 110 decibéis — o limite legal em vários países — que soa durante 15 minutos  . Em simultâneo, a aplicação FlamAid, instalada no smartphone, envia instantaneamente a localização GPS a três contactos de emergência. Os utilizadores do plano premium veem ativada também a notificação automática às autoridades  .

Uma defesa passiva e inteligente

Julieta sublinha que desenvolveu conscientemente uma resposta passiva — que não inflige danos — ao contrário de alternativas como sprays de pimenta. “Em vez de ferir, a nossa granada salva,” explicou  . A inspiração surgiu do mecanismo de segurança doméstica, agora adaptado ao corpo humano: simples, eficaz e imediato.

Um design com propósito

Mais do que uma ferramenta, a FlamAid foi pensada como um acessório: leve, atrativo — quase uma peça de moda. O seu formato curvo torna-o fácil de usar e ergonomicamente apelativo — “como uma peça de roupa ou acessório,” afirmou a fundadora  .

Granada Pacífica_ Créditos Instagram FlamAid

Reconhecimento internacional e impacto social

O projeto ganhou destaque mundial ao ser incluído na prestigiada lista Forbes 30 Under 30 Europe 2025, na categoria Impacto Social — uma validação significativa para Julieta e para a missão da FlamAid  . Em apenas dois meses, já chegou a 12 países e protegeu mais de 600 pessoas  .

Empoderamento e educação para a segurança

Julieta espera que a visibilidade impulsione a integração da educação de segurança em escolas e universidades. “Vivemos numa sociedade onde ainda se coloca a responsabilidade da segurança nas vítimas… Eu recuso essa lógica,” afirmou  . A FlamAid não é só um produto, é um movimento de apoio e solidariedade, segundo a empreendedora.

O futuro da FlamAid

Com uma ronda de investimento de cerca de meio milhão de euros e planos para criar versões ainda mais discretas, como joias inteligentes, a FlamAid aposta num crescimento sustentável e acessível  . A meta? Reduzir o preço, democratizar o acesso e, idealmente, tornar-se obsoleta — sinal de que a cultura de medo foi superada .

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