Como o cérebro processa emoções positivas: nova investigação da Universidade de Coimbra

Estudo revela a importância das emoções positivas nas relações sociais e no bem-estar humano

Compreender como o cérebro humano processa emoções positivas é um dos objetivos centrais de uma investigação científica conduzida pela Universidade de Coimbra (UC), recentemente divulgada. O estudo procura analisar a perceção das emoções positivas recebidas de outras pessoas e o impacto que estas têm nas relações sociais, um tema que, até agora, recebeu atenção limitada da comunidade científica.

Segundo a UC, o projeto visa explorar os mecanismos biológicos que estão na base da criação de empatia através das emoções positivas de terceiros. Ao contrário das emoções negativas, como medo ou tristeza, que já são bastante estudadas, as emoções positivas têm sido menos analisadas, apesar da sua relevância para o equilíbrio emocional e social.

O estudo é liderado pela investigadora Flavia Ricciardi, do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) e do Centro de Inovação em Biomedicina e Biotecnologia (CiBB). O projeto tem uma duração prevista até 2028 e pretende aprofundar o conhecimento sobre como a perceção de emoções positivas influencia comportamentos pró-sociais e fortalece os laços interpessoais.

De acordo com Ricciardi, vários animais demonstram a capacidade de perceber, partilhar e agir influenciados pelos estados afetivos dos seus pares, um fenómeno conhecido como “contágio emocional”, semelhante à empatia humana. Esta base científica sugere que a empatia derivada das emoções positivas é um mecanismo essencial para a coesão social e para o bem-estar individual.

O estudo também tem implicações práticas para a saúde mental. A UC sublinha que a perceção de emoções positivas nos outros é particularmente prejudicada em pessoas com perturbações psiquiátricas, incluindo depressão, ansiedade ou esquizofrenia. Compreender estes processos poderá contribuir para o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas, incluindo tratamentos farmacológicos direcionados.

Além disso, a investigação poderá abrir portas para estratégias de intervenção não farmacológicas, como terapias baseadas na promoção de emoções positivas em contexto social ou laboral. Estas estratégias poderiam reforçar a resiliência emocional, melhorar a qualidade das relações interpessoais e aumentar o bem-estar geral da população.

Em suma, este estudo da Universidade de Coimbra representa um avanço importante na neurociência emocional, ao centrar-se nas emoções positivas e na empatia. Os resultados prometem não apenas enriquecer a compreensão científica sobre o cérebro humano, mas também oferecer novas ferramentas para melhorar a saúde mental e as relações sociais na vida quotidiana.

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