A plataforma francesa Invitin já permite a desconhecidos pagar para participar em casamentos. A tendência já se espalhou pela Europa e até pelo Porto, onde alguns convidados extra animaram a festa.
Ir a um casamento de alguém que nunca viu na vida e ainda pagar por isso pode parecer uma ideia insólita. Mas é exatamente essa a proposta da Invitin, uma startup francesa que está a conquistar espaço no mercado europeu. O conceito é simples: casais que procuram diversificar a lista de convidados ou angariar algum dinheiro extra podem vender lugares na sua festa a desconhecidos interessados em viver a experiência.
Casamentos como experiência social
O modelo oferecido pela Invitin, que já levou estranhos a casamentos em França, Espanha, Rússia e, inclusivamente, Portugal, tem despertado curiosidade. Em troca de um valor que pode variar consoante a cerimónia, os “convidados pagantes” têm direito a assistir ao enlace e a usufruir do cocktail, da refeição e da festa.
Foi o que aconteceu com Jennifer Reinfrank, uma noiva alemã de 48 anos, que recebeu cinco desconhecidos na sua celebração em Paris. Cada um pagou 180 euros para estar presente e usufruir da festa. “Foram todos muito simpáticos e educados. Até recebemos um cartão e uma garrafa de champanhe”, contou à BBC.

Primeira experiência em Portugal
O fenómeno já chegou também ao nosso país. Marta Fernandes, optometrista portuguesa de 36 anos, participou recentemente num casamento no Porto através do Invitin. Pagou 25 euros pelo cocktail e pela missa, mas acabou por ser convidada a permanecer durante toda a celebração. “A experiência foi muito boa. Conheci pessoas novas, falei com os noivos e até aproveitei para fazer algum networking”, explicou, revelando que distribuiu cartões da sua óptica durante o evento.
Como funciona o Invitin
O funcionamento da plataforma é relativamente simples, além de intuitivo:
- Os noivos definem o perfil dos convidados que procuram (idade, sexo, profissão) e estipulam o valor da entrada;
- Os interessados criam um perfil, sujeito a verificação pelas redes sociais, e candidatam-se;
- A startup gere o processo e fica com 15% do valor pago;
- Existe ainda um contrato em que os participantes se comprometem a chegar a horas, respeitar o código de vestuário e manter uma conduta adequada.
Segundo a fundadora, Kátia Lekarski, a ideia nasceu após uma conversa com a filha. “Achei que juntar noivos que desejam algum dinheiro extra para pagar a festa com pessoas que adorariam viver a experiência de um casamento era uma ótima ideia”, afirmou.
Tendência ou curiosidade passageira?
Apesar de levantar dúvidas sobre etiqueta e privacidade, o conceito está a ganhar força. A plataforma Invitin conta já com mais de dois mil utilizadores e prepara-se para lançar uma aplicação e traduzir o serviço para outros idiomas além do francês e do inglês. Para alguns, pode ser apenas uma forma de viajar e imergir em culturas diferentes. Para outros, uma oportunidade de negócio ou até de romance. Afinal, quem sabe se a próxima dança na pista não pode mesmo acabar em casamento?






